A Verdade que Ninguém Quer Ouvir: O Garimpo e as Famílias de Rondônia e Humaitá-AM
A Verdade que Ninguém Quer Ouvir: O Garimpo e as Famílias de Rondônia e Humaitá
Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre o garimpo em Rondônia e na região de Humaitá, no Amazonas. As manchetes mostram apenas um lado da história — o das operações que destroem embarcações, queimam dragas e tratam todos os trabalhadores como criminosos. Mas por trás das chamas das dragas queimadas, há famílias inteiras chorando pela perda do seu sustento, há comércio local parando, há desemprego aumentando e há comunidades inteiras sendo esquecidas.
(Imagem: Foto: Divulgação).
O que não é mostrado é que a grande maioria desses homens e mulheres são trabalhadores, não bandidos. São pais e mães de família que, muitas vezes, encontraram no garimpo a única forma digna de colocar comida na mesa.
Quando as forças federais chegam e queimam as embarcações, não estão apenas destruindo máquinas — estão destruindo vidas.
É importante dizer: o garimpo de hoje não é o mesmo de antigamente. A tecnologia e o conhecimento avançaram. Muitos garimpeiros têm buscado formas de trabalhar com responsabilidade, respeitando o meio ambiente, utilizando equipamentos modernos e reduzindo os impactos da extração.
Mas, infelizmente, essa versão não é a que chega ao grande público. Em vez disso, cria-se uma imagem distorcida, onde todos os garimpeiros são vistos como inimigos da natureza.

A realidade é bem mais complexa.
O que está em jogo também é uma questão social e econômica. Cidades inteiras dependem do movimento do garimpo: o comércio local, as oficinas, os postos de combustível, o transporte, a alimentação — tudo gira em torno dessa atividade. Quando o garimpo para, o sofrimento não fica apenas nos rios, ele chega às casas, às famílias, à mesa do trabalhador.
E o mais preocupante é perceber que há interesses políticos por trás dessas ações. Interesses que muitas vezes não representam o povo da Amazônia, mas sim um projeto de poder que ignora quem realmente vive e trabalha aqui.
Os garimpeiros sempre defenderam o direito de trabalhar com liberdade, com responsabilidade e dentro da lei. Eles acreditam na democracia e querem apenas ser ouvidos, e não silenciados por decretos ou pela força.
O que se pede não é impunidade. É diálogo, regularização e respeito.
O garimpo pode e deve ser regulamentado, para que todos possam trabalhar dentro das normas ambientais, sem medo de ver suas vidas destruídas em minutos. O verdadeiro crime não é trabalhar, mas negar ao trabalhador o direito de sobreviver.
Por trás de cada draga que foi queimada, há uma história de luta, há crianças que ficaram sem sustento, há um pequeno comerciante que perdeu seu cliente, há uma comunidade que perdeu sua esperança.
Enquanto as decisões continuarem sendo tomadas longe da realidade do povo, a injustiça vai continuar queimando mais forte do que o fogo que destrói as embarcações.
É hora de o Brasil olhar para dentro da Amazônia com mais verdade, mais humanidade e menos política.
O garimpeiro não é o inimigo — ele é parte do povo que constrói este país.

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Roberto Oliveira - Portorondonia
